A atividade suinícola de Mato Grosso do Sul/MS segue em expansão e consolidando sua importância para o agronegócio nacional. Segundo a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e o Sistema Famasul, em 2024 o estado alcançou um marco expressivo, com o abate de 3,39 milhões de suínos, um crescimento de 7,1% em relação a 2023, quando foram abatidos 3,17 milhões de animais.
O desempenho positivo reforça a eficiência da cadeia produtiva e a competitividade do setor, que, de acordo com a Associação Sul-matogrossense de Suinocultores (Asumas), projeta um crescimento ainda maior ao longo de 2025, com um incremento de 49% do plantel, atingindo 152 mil matrizes.
A Cooperalfa, com filiais nos municípios de Dourados e Sidrolândia, coleciona resultados importantes na evolução de desempenho na atividade. Nesta matéria especial, vamos conferir alguns exemplos de associados e as práticas que refletem em indicadores positivos.
Sidrolândia
Na avaliação do gerente da filial da Cooperalfa em Sidrolândia, Altair Almeida, o cenário da suinocultura no Estado, é muito animador. “Estão sendo feitos investimentos de grande porte, tanto por parte da cooperativa como dos produtores, buscando as melhores tecnologias que a atividade exige.
Um grande avanço, um salto tecnológico que envolve a terminação e a produção de leitões em Sidrolândia, sendo que a atividade é nova na região”, comenta Altair ao mencionar que está sendo investido o que há de melhor nesse novo modelo de negócio e as expectativas são otimistas. Esperamos que sejam colhidos excelentes frutos e que a suinocultura possa se desenvolver regionalmente. O mercado sinaliza que estamos no caminho certo.
O técnico que atua na filial, Cassiano Scalcon, relata que neste momento há três integrados com estruturas de alojamento; cinco projetos em construção e montagem de equipamentos e quatro propostas em avaliação financeira. “Mesmo que o número de produtores pareça pequeno, o processo final irá se aproximar das 70 mil cabeças de animais alojados. Os lotes já sinalizam excelentes indicadores zootécnicos, tais como: boa conversão alimentar e baixos índices de mortalidade”.
Entre os destaques das instalações, estão os sistemas inteligentes de trabalho, automatizados e climatizados, com genética e nutrição de excelência e profissionais altamente qualificados para auxiliar os integrados a obter bons resultados de manejo na atividade.
Já em relação aos desafios que envolvem o sistema, o técnico cita os custos altos de investimento, sendo o mais visado, a demanda energética. Para minimizar essa preocupação, uma alternativa é a instalação de painéis fotovoltaicos e gerados a biogás.
‘Mais um trabalho, um compromisso com o futuro’
Em paralelo à missão na medicina, Mauro Natel e a esposa Renata compartilham as alegrias e desafios de outra atividade: a suinocultura. Associados da Alfa e integrados pelo sistema Aurora Coop, eles investem expressivamente e os resultados surpreendem.
Mauro declara que na propriedade, a suinocultura é o resultado de trabalho, parceria e compromisso com o futuro. “Para nós, é mais que uma atividade econômica, mas um modo de vida, que envolve dedicação, conhecimento e um profundo compromisso com a produção de alimentos de boa qualidade. Para tanto, investimos continuamente no manejo responsável, busca pelo bem-estar animal, tecnologia, acreditando que a excelência começa dentro desse ambiente de trabalho”, afirma o associado que acrescenta: “Somos parceiros da Alfa, que nos apoia de forma técnica, gerencial e produtiva.
Isso tem sido fundamental para o desenvolvimento sustentável do nosso negócio. A cooperativa não oferece somente e com orientação, mas também nos conecta com uma cadeia produtiva sólida, comprometida com a qualidade e evolução do setor”.
Essa parceria, conforme Mauro, se estende do ambiente da Alfa para o ambiente da Aurora Coop, uma das maiores cooperativas do País, com quem ele também possui uma relação comercial baseada na confiança, transparência e objetivos em comum. “Saber que o resultado é o fruto do nosso trabalho que se transforma em alimentos de ótima qualidade na mesa de milhões de brasileiros e estrangeiros, por meio de uma marca forte, séria e reconhecida, é motivo de muito orgulho”, reitera.
O associado acredita que o cooperativismo é uma força propulsora do desenvolvimento da atividade rural. “Ela nos permite crescer com segurança, enfrentar desafios com o apoio de uma rede unida e que constrói um futuro sólido para as próximas gerações. Nosso compromisso é seguir, sempre atentos às boas práticas e inovações que a tecnologia pode nos apresentar para que a nossa suinocultura continue sendo um exemplo de produtividade, respeito ao meio ambiente e valorização das pessoas”.
UPL de Sidrolândia
A Unidade de Produção de Leitões de Sidrolândia/MS está organizada em dois sítios: Produção 1, sendo composto por gestação e maternidade; e Sítio 2 que é a fase de creche.
Conforme o gerente de granja, Jocenir Nunes de Oliveira, a UPL possui atualmente no plantel, aproximadamente 34 mil suínos, sendo 5 mil matrizes produtivas; 10 mil leitões em lactação, 17 mil leitões em fase de creche e 2.300 leitoas em fase de recria e preparação - animais que irão repor o plantel de 5 mil matrizes reprodutivas.
Para atuar nas diversas etapas que envolvem o trabalho, a UPL conta com 57 colaboradores internos e três motoristas que estão envolvidos nas atividades externas – sendo dois para transporte de ração e outro para o transporte de leitões até as terminações. “As etapas de produção na suinocultura, de forma geral, são vivas, longas e complexas.
Na UPL de Sidrolândia a primeira etapa é a reprodutiva, com a preparação da leitoa. Na sequência o animal vai para inseminação e permanece na fase gestacional. Após, as matrizes são encaminhadas para a maternidade, o que representa o início da segunda etapa, a qual também envolve o período puerperal, parto e lactação, fase que dura entre 21 e 24 dias”, explica Jocenir.
Na terceira etapa, os leitões são encaminhados para a chamada creche e as leitoas retornam à etapa de gestação. Nesse momento, os leitões entram com um peso aproximado de seis quilos e permanecem por mais de cinco semanas, e saem para as granjas comerciais de terminação com cerca de 22 quilos.
Cuidados redobrados
Os principais cuidados que merecem atenção especial, referem-se à biosseguridade, a qual precisa ser seguida inclusive no o aos colaboradores, com protocolos de desinfecção para veículos e equipamentos que am as áreas semi-limpas e limpas da UPL, além de limpeza, desinfecção e vazio sanitário das instalações. “Outro aspecto de destaque está relacionado à nutrição dos animais, a qual precisa cumprir a exigência de cada fase de produção, além dos padrões que contemplam a ambiência, com temperatura de conforto nas instalações, indicador que propicia bem-estar aos suínos, e padrões relacionados à manejos de inseminação artificial, atendimento à parto, estímulo à puberdade na leitoa. Em todas as atividades precisam ser usados EPI’s e IPC’s adequados para as respectivas tarefas”, pontua o gerente de granja.
Quanto às tecnologias empregadas na produção, Jocenir avalia que elas exercem um papel fundamental na melhoria da rentabilidade, eficiência e produtividade. “Elas contribuem para o bem-estar animal, com softwares que auxiliam a gestão de indicadores, genética avançada que propicia a seleção de animais com qualidade, e tudo isso reflete em mais rentabilidade, eficiência e sustentabilidade da produção”.
Trabalho qualificado
Ao fazer uma linha do tempo nos trabalhos da UPL, Jocenir destaca a evolução da qualidade de mão de obra, sendo que a região não possui um histórico consolidado na suinocultura, desse modo, as pessoas não contavam com vasta experiência no início das atividades. “Iniciamos os treinamentos e acompanhamento das equipes, as quais apresentam uma evolução gradativa nos processos produtivos, sendo que houve uma melhoria no número de leitões desmamados e redução de perdas por mortalidade. Atualmente estamos com uma entrega mensal de aproximadamente 10 mil leitões/mês para o sistema de terminação. A expectativa é que, a médio prazo, possamos ar para uma entrega de 12 mil leitões/mês com alto padrão sanitário para o setor de terminação", salienta.
Dourados
“A expectativa é que, a curto e médio prazo, a suinocultura sul-mato-grossense se destaque ainda mais no cenário nacional. Hoje, o MS é o quinto maior produtor de suínos do Brasil e esse ranking deve subir”. A análise é do gerente da filial da Alfa em Dourados, Orlei Dal Magro, que assinala: “temos um mercado muito favorável e a chance de crescer com o Estado, fortalecendo a Alfa junto aos produtores”.
Por falar em desenvolvimento, o MS é pujante e tem muito a alavancar. “Com um imenso potencial na área de grãos, é possível agregar e transformar a matéria-prima em carne, fazendo com que o nosso produtor tenha cada vez mais resultados positivos”, avalia Orlei que atua há nove anos na região Centro Oeste.
Ao conquistar seu espaço na região, a suinocultura se fortalece por meio de informações técnicas concedidas pelos profissionais da Alfa aos associados e, ainda, incentivos financeiros com o Subprograma Leitão Vida, por exemplo, o que faz com que o produtor possa investir, fazer as melhorias necessárias, buscando atingir o êxito máximo nos resultados. “A suinocultura representa muitas oportunidades ao produtor e uma delas é a agregação de renda e tecnologia nas propriedades, a exemplo da energia fotovoltaica, fertirrigação, o que contribui para reduzir custos de energia e melhorar o solo com matéria orgânica”.
Vale ressaltar que, conforme os avanços são observados, a sensação é de que: “Estamos no caminho certo, pois há um interesse muito grande dos associados em ampliar suas pocilgas, assim como, de novos produtores, que manifestam o anseio em ingressar na atividade e fazer parte do quadro social da Alfa e Aurora Coop”.
‘A Alfa nos auxilia a obter resultados’
Um dos exemplos de associado do município que acredita na força na suinocultura, é Márcio Arlindo Fontana, de Itaporã/MS. Ele integra a Alfa há oito anos e a média atual de produção na propriedade é de 15 mil animais/ano, sendo que a distribuição acontece em quatro pocilgas que alojam em torno de 1.350 animais.
Para atingir bons resultados, o produtor comenta que procura seguir à risca as orientações dos profissionais da cooperativa, e isso envolve diretamente as boas práticas de manejo, a exemplo da tabela de consumo dos animais e a quantidade de água.
Sobre o que motiva a seguir na atividade, o associado pontua que o Subprograma Leitão Vida incentiva a realização de investimentos. “Faz muita diferença, pois atuamos em um setor que gera muita depreciação de equipamentos e estruturas, de modo geral. Os recursos nos ajudam a manter a granja em dia”.
Entre os investimentos colocados em prática, Márcio cita a energia fotovoltaica, cercas de alambrado, outras exigências previstas em lei, e, ainda, a ampliação de fertirrigação de pastagens com foco na pecuária. “Assim, utilizamos o dejeto dos animais, para irrigar uma área maior, visando melhores resultados. A ação vai ao encontro do objetivo do Estado em se tornar carbono neutro e ao mesmo tempo, torna nossa propriedade mais sustentável”, ressalta o suinocultor.
O elo com a Alfa
Quando a pergunta é sobre o e oferecido pela Alfa, Márcio é categórico: “É imprescindível. A cooperativa faz com que tenhamos resultados. Sempre tem inovações, aspectos que podemos evoluir e esse acompanhamento técnico é importante para nos adequarmos e mantermos tudo atualizado”.
A qualidade da ração e o fato de muitos animais serem recebidos diretamente da UPL de Sidrolândia, são outros pontos de destaque lembrados pelo produtor. “A Alfa no MS agregou muito para o Estado, como um todo, nos mais diversos setores. O Estado é uma referência na produção de grãos e os animais podem consumir esse milho de qualidade. Já a suinocultura é uma fonte de renda extra e também de emprego a muitas pessoas. Procuramos manter essa atenção com nossos colaboradores, criar tabelas de comissão, tudo para valorizar ainda mais a mão de obra”.
Tecnologias para ampliar o bem-estar
Alexandre Moraes de Barros é médico veterinário e atua com terminações de suínos na região de Dourados e Sidrolândia. Na região de Dourados há granjas tradicionais, porém, junto à Alfa, os associados investem continuamente para que sigam na obtenção de bons resultados.
“No caso de Sidrolândia é um projeto relativamente novo, o qual está sendo construído com tecnologias de ponta com foco no bem-estar animal e, por consequência, melhores indicadores, em razão do conforto que as instalações oferecem aos animais para que consigam expressar o potencial genético”.
Em se tratando de questões relacionadas ao manejo, Alexandre observa de forma muito positiva os investimentos realizados na UPL em Sidrolândia. “Proporciona alojar as terminações com origem única, aspecto essencial para menor disseminação de doenças e o fato de as granjas ficarem livres dos principais patógenos que são prejudiciais ao desenvolvimento e bom resultado zootécnico na suinocultura”.
No que se refere a desafios, o médico veterinário pontua que a mão de obra qualificada e a missão de manter altos níveis de biosseguridade das granjas. “Como investimos em uma granja de produção de leitões com alto status sanitário e nas terminações o que buscamos fazer é manter os protocolos e cuidados específicos para evitar que os animais tenham o mínimo contato possível com agentes que sejam prejudiciais aos resultados finais”.
Quem integra a equipe é o técnico em Agropecuária, Vitorino de Araújo Filho, que trabalha na atividade suinícola desde 1997, sendo 1 ano e meio pela Alfa. Hoje ele acompanha o trabalho de 12 integrados com aproximadamente 38 mil animais. “A avaliação é positiva, os resultados avançam constantemente, com melhoramento na sanidade, manejo adequado por parte dos produtores, o que propicia mais aproveitamento da ração consumida e, por consequência, melhor conversão alimentar, com baixo custo”.
Além do crescimento no abate, Mato Grosso do Sul também se destacou no comércio exterior. Em dezembro de 2024, o estado exportou 1,47 mil toneladas de carne suína in natura, um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, as exportações atingiram 20 mil toneladas, consolidando o estado como um dos principais polos exportadores do país.